Gente, fiz alguns estudos sobre as turmas infantis que adolesceram... Deem uma olhada no que pesquisei.
Desde 2008, a turma de quadrinhos mais famosa do Brasil, a
Turma da Mônica, apresentou uma versão adolescente. Os personagens da Turma da
Mônica Jovem são os já conhecidos Magali, Cascão e Cebolinha, mais velhos.
Maurício de Sousa, o criador da Turma, numa entrevista
concedida ao Bradesco Universitário,
disse que envelhecer a turma já era uma ideia antiga, que foi sendo construída
aos poucos.
Maurício diz que conseguiram preencher três faixas
diferentes de público: “o adulto, que leu a revista e acompanhou a vida dos
personagens desde criança; o jovem, que quer conferir se os nossos jovens
personagens estão falando a língua deles mesmo; e a criançada menor, que se
projeta e quer ser como a Turma da Mônica Jovem quando crescer”.
O próprio Maurício fez uma constatação da mudança observada
em seus leitores no decorrer das cinco décadas da Turma da Mônica. Em outra
entrevista (Teixeira, 2009), ele diz que, antes, adolescentes de 14 anos ainda liam e
gostavam de seus gibis. Hoje, observa que crianças de 7 anos já deixam de
tê-los como referência, passando a pensar a Turma da Mônica como coisa de
criança. Hoje em dia, com 10 anos, a criança já se assume como jovem. Por isso
a defasagem dos personagens essencialmente infantis, como a Turma da Mônica
original, entre as crianças. “São os pré-adolescentes, meninos e meninas com
preocupações e vontades diferentes daquelas que havia quando a Mônica foi
publicada pela primeira vez. A infância, portanto, encolheu”, diz Maurício de
Sousa. Ele observa que as crianças pequenas se projetam nos personagens jovens.
Querem ser iguais a eles.
A revista Turma da Mônica Jovem em pouco tempo se mostrou um
sucesso absoluto de vendas, como demonstra 1,5 milhão de exemplares vendidos
nas quatro primeiras edições. Esse sucesso, porém, não é unanimidade entre os
estudiosos.
O professor Nildo Viana, doutor em Sociologia, numa
entrevista dada a uma reportagem do Jornal do Brasil,
diz que a transformação da turma é uma estratégia mercadológica.
Na mesma reportagem, o viciado em quadrinhos e publicitário
Marcelo Engster diz que grande parte das características principais da Turma
foram destruídas. De fato, a Mônica já não é gordinha nem baixinha, já não
implica com o Cebolinha, que já não fala “elado”.
Percebe-se, portanto, a dicotomia entre a fala do autor (e
de vários outros autores que “adolesceram” sua turma), que destaca o
desenvolvimento infantil como motivo para a adolescência dessas crianças, e
alguns estudiosos que acham que tudo não passa de jogada de marketing. É nesse
diálogo, tentando tirar suas próprias conclusões, que o Plenarinho entra, tendo
em conta que o mercado e o marketing, definitivamente, não são objetivos do
portal, que é público e sem fins lucrativos.
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